Apesar da indústria das dietas detox estar em crescimento, na verdade existe pouca evidência científica credível que suporte estas dietas. Alguns estudos clínicos mostraram que este tipo de dietas promove a desintoxicação do fígado, eliminando poluentes do nosso organismo. Contudo, é de realçar que estes estudos têm muitas limitações: metodologia fraca, amostra pequena… O que é importante frisar é que até o momento não existem estudos fidedignos, isto é, estudos clínicos randomizados que comprovem a eficácia destas dietas, em humanos.
Esta é, claramente, uma área que carece de mais investigação de maneira a que os consumidores sejam bem informados dos potenciais benefícios e riscos destas dietas “desintoxicantes”.
Naturalmente, o nosso organismo trata da nossa “limpeza” através do sistema gastrointestinal e de órgãos como os pulmões, os rins, pele e sobretudo o fígado, em que todos são protagonistas na eliminação de substâncias indesejáveis, através da urina, fezes e bílis. Estes órgãos trabalham todos os dias, 24h para essa "desintoxicação"!

Uma alimentação baseada unicamente em líquidos e hortícolas e fruta não será certamente o desejável, pois induz à carência de vitaminas e minerais, proteínas e ácidos gordos essenciais.
As dietas detox podem consistir em longos períodos de jejum, sumos de legumes bem como abordagens que envolvem o uso de diuréticos, laxantes, vitaminas, minerais, basicamente os ditos “alimentos purificantes”.
Os motivos potenciadores para o uso destas dietas baseiam-se no facto de servirem de proteção contra tóxicos ambientais, distúrbios gastrointestinais, doenças auto-imunes, inflamação, cansaço e para a perda de peso.
Se repararmos bem, as dietas detox raramente identificam os tóxicos específicos que visam remover ou os mecanismos pelos quais os eliminam. A “indústria de desintoxicação” baseia-se na ideia de que os produtos químicos podem ser divididos em “bons” e “maus”. Na realidade, para a grande maioria dos produtos químicos, "a dose é que faz o veneno”.
Dentro dos riscos associados destacam-se a restrição energética severa e a inadequada nutrição, o que pode promover o défice proteico e vitamínico, desequilíbrio electrolítico, entre outros problemas.
Há 4 questões que devem ser esclarecidas, nomeadamente:
Quais são os químicos específicos aos quais estamos expostos e se constituem um perigoso nas doses a que estamos expostos, atualmente?
A nutrição tem algum impacto na eliminação destes produtos?
As dietas detox são úteis para o controlo de peso?
Existem riscos associados à prática deste tipo de dietas?
Considerando a popularidade que este tipo de dietas já ganhou, é importante que os profissionais de saúde bem como os consumidores sejam informados sobre os possíveis riscos e benefícios. Para além disso, é importante que a legislação atue para, assim proteger os consumidores de alegações infundadas.
O que pode e deve fazer é praticar uma alimentação saudável que deve ser completa, variada e equilibrada, sempre com moderação.
  • Beba entre 1,5 L a 2 L de água por dia, no mínimo (são cerca de 8 copos de água). Mesmo que não tenha sede, procure ingerir líquidos.
  • Prefira sempre água. Se não gostar de beber água, beba chá sem cafeína, ou outras infusões (camomila, tília, erva-doce, limonete). Não acrescente açúcar.
  • Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas. Moderação é sempre a palavra-chave!
  • Pratique atividade física
  • Siga as regras de uma alimentação saudável.
  • Durma entre 7 a 8 horas por dia.

Se seguir estes conselhos verá que terá um estilo de vida saudávél, ou se preferir, detox!
É tudo uma questão de alimentação e lembre-se: Cuide sempre de si!




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